Troca Valvar: Saiba tudo sobre
Atualmente, as doenças valvares cardíacas afetam cerca de 100 milhões de pessoas ao redor do globo. Dessa forma, estima-se que 20% de todas as cirurgias cardíacas realizadas, sejam para implante de prótese valvar.
A partir do momento que o paciente passar a ter uma prótese, é preciso que o mesmo tenha disciplina em relação ao seu uso, já que ela aumenta o risco de formação de coágulos, do que a biológica.
Geralmente, as doenças valvares são provocadas por problemas que impedem a correta abertura e fechamento da valva cardíaca. Dessa forma, acabam prejudicando toda a circulação sanguínea do corpo.
Mas afinal, do que se trata a troca valvar em si?
Próteses valvares cardíacas
Antes de mais nada, vale a pena salientar que a troca valvar pode realmente salvar vidas e fornecer uma qualidade de vida muito maior em pacientes doentes e com risco.
Em suma, o coração possui quatro válvulas que funcionam abrindo e fechando para o correto direcionamento do fluxo de sangue. Portanto, do lado esquerdo do coração estão as válvulas mitral e aórtica, que geralmente, são as mais acometidas por problemas.
Assim, quando o paciente apresenta problemas mais graves nessas válvulas, se faz necessário a troca das válvulas por próteses. Quando realiza-se o tratamento cirúrgico, ele é auxiliado por vídeo, diminuindo assim o tempo de internação, e, consequentemente, retorno mais rápido às atividades.
Todo o diagnóstico realiza-se através do Ecocardiograma Trans torácico. Após, o cirurgião definirá a melhor técnica para realização do procedimento.
Tipos de próteses valvares cardíacas
Em suma, todo paciente que fará o procedimento passará por avaliação com o clínico geral, anestesista e psicólogo, antes da realização do procedimento. Nestas conversas e exames, ele deverá tirar qualquer dúvida que tiver!
Portanto, através de processo cirúrgico, as válvulas biológicas que apresentam problemas, serão substituídas por próteses. Elas podem ser de dois tipos: Biológicas e Mecânicas.
Biológicas: Confeccionam-se com material de origem animal, oferecendo um menor risco de trombos (coágulos), que poderiam impedir o seu correto funcionamento ou levar a problemas como a trombose aguda ou mesmo um AVC (acidente vascular cerebral). Contudo, duram menos e podem vir a calcificar e degenerar após longos períodos.
Mecânicas: Em suma, são feitas de metal, sendo assim, mais duradouras que as próteses biológicas, e dificilmente degeneram com o tempo. Contudo, elas acabam oferecendo um maior risco de coágulos. Portanto, demandam o uso de medicação anticoagulante e o controle de coagulação sanguínea por toda a vida.
Por fim, a escolha da prótese deve ser realizada entre o médico e o paciente, além de levar em conta vários critérios. Entre os critérios, podemos citar: condição clínica, idade, estilo de vida, capacidade de adesão do paciente ao tratamento, entre outros.
Riscos das próteses valvares
A prótese valvar mecânica é feita de metal e não possui nenhum componente eletrônico, tal como uma pilha, por exemplo. Assim, na sua maioria são apenas dois discos de metal que abrem e fecham, por diferença de pressão.
Contudo, quando o metal entra em contato com o sangue, há uma tendência de formação de coágulos em volta da prótese. Portanto, se um coágulo se formar no meio dos discos, pode causar mau funcionamento da prótese e comprometer seu desempenho.
Nesse caso, pode haver necessidade de outra cirurgia, para a troca da prótese. Além disso, outro problema relacionado ao coágulo é seu desprendimento da prótese. E isso torna-se ainda mais perigoso, pois o desprendimento do mesmo, pode ir até o cérebro, ocasionando um AVC!
Formas de combate a coagulação
Em síntese, as complicações ocasionadas pela formação de coágulos junto à prótese mecânica podem ser evitadas com o uso correto de medicação anticoagulante. Ela é imprescindível para todos os portadores da prótese valvar mecânica.
A medicação é de baixo custo, fácil de ser encontrada e simples de ser tomada. Trata-se de uma única dose diária. No entanto, é preciso que haja disciplina e adesão ao tratamento por parte do paciente.
Assim, exames periódicos de sangue são feitos, a fim de se obter um controle maior sobre a coagulação. Quem define a periodicidade é o Cardiologista Clínico! Outro fato importantíssimo é que cada paciente possui peculiaridades clínicas que demandam correta avaliação médica. Dessa forma, o portador da prótese mecânica não deverá tomar qualquer remédio sem antes consultar seu cardiologista clínico.
Alguns problemas que podem aparecer nas próteses valvares
De antemão, os sintomas que os pacientes geralmente apresentam na sua prótese valvar podem ser de súbitos ou progressivos. Em geral, a calcificação da estrutura (comum na prótese biológica), leva um certo tempo para acontecer e ser percebida. O que geralmente acontece é que a prótese vai deixando de funcionar e aos poucos os sintomas vão aumentando de intensidade.
Analogamente, a formação de coágulos também pode pode aparecer de súbito, nas próteses mecânicas. E esse risco acontece quando os próprios pacientes não tomam a medicação corretamente, ou seja, não tem o controle adequado da coagulação sanguínea.
Assim, há sintomas que são comuns a ambas próteses, das quais:
- Desmaios: Geralmente, indicam problemas agudos nas próteses. Entre eles, pode-se citar formação de coágulos na estrutura, impedindo que a mesma feche e abra corretamente.
- Falta de ar e cansaço: Comum em degenerações e calcificações. Tende a ser progressivo.
- Dor no peito: Normalmente, ocorrem devido a calcificação da estrutura e degeneração, ou ainda estreitadas (estenosadas).
Por fim, vale salientar que estes são sintomas comuns, e que eles podem se manifestar de formas diferentes em cada indivíduo. Dessa forma, o acompanhamento do cardiologista clínico é fundamental.
Em conclusão, com acompanhamento adequado, colaboração do paciente em relação a remédios e consultas clínicas, o paciente portador de prótese valvar pode sim ter uma qualidade de vida, além de saúde em dia!
Não deixe de tirar todas as suas dúvidas quando agendar uma consulta com um cardiologista do Instituto Emnh.