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A artrite reumatoide é uma doença autoimune, em que o próprio corpo ataca múltiplas articulações – mãos, punhos, cotovelos, ombros, pés, coluna cervical e outras –, podendo causar dores intensas e deformações. 

Esse estado de inflamação também contribui para o entupimento das artérias, o que pode levar a infartos e AVCs, e interfere na saúde de vários órgãos, como olhos, pulmões e rins. 

Com a progressão do quadro, além das deformidades, a artrite reumatoide pode acarretar em alterações nas articulações e a degeneração dos ossos, o que pode comprometer os movimentos.

As causas dessa doença ainda não são bem esclarecidas, mas se sabe que acomete principalmente as mulheres entre os 50 e 70 anos, mas pode se manifestar em ambos os sexos, e afeta mais frequentemente as articulações dos dedos, joelhos e tornozelos. 

Existe também a forma juvenil da doença, denominada Artrite Idiopática Juvenil, que se inicia antes dos 16 anos e afeta uma menor quantidade de articulações, além de gerar menos alterações no exame de sangue. Em algumas crianças, a dor é mínima ou inexistente.

Sintomas e Diagnóstico

No início de um quadro de artrite reumatoide, os sinais podem surgir de forma insidiosa ou abrupta e imediata. Os principais sintomas consistem em:

  • Rigidez nas articulações, em especial pela manhã;
  • Dor e inchaço nas juntas das mãos, punhos, joelhos e pés;
  • Movimentação prejudicada dos dedos ou membros;
  • Fadiga;
  • Perda de peso;
  • Diminuição do apetite;
  • Febre baixa;
  • Mal-estar;
  • Nódulos aparentes próximos às juntas.

O diagnóstico geralmente é feito por um médico reumatologista, que leva em conta os sintomas e o histórico do paciente, além da avaliação por meio de exames físico, laboratoriais (de sangue), para detectar o fator reumatoide (anticorpo), e de imagem, como as radiografias ressonância magnética e ultrassonografia articular. Em alguns casos, ainda podem ser solicitados outros testes, a fim de descartar condições como lúpus ou artrite psoriática.

Vale ressaltar que quanto antes se chega ao diagnóstico e se inicia o tratamento, maiores são as chances de conter a artrite reumatoide, sendo que o período de até três meses, após o início dos sintomas, é uma boa margem para conseguir um controle satisfatório da doença.  

Tratamento

Ainda não existe uma cura definitiva para a artrite reumatoide, mas é possível se beneficiar com o uso de medicamentos que promovem o alívio dos sintomas, a preservação do aspecto funcional e evita o agravamento do quadro, o que proporciona ao paciente a possibilidade de levar uma vida praticamente normal. 

O tratamento medicamentoso inclui analgésicos, anti-inflamatórios, corticoides e imunossupressores. Atualmente, foram desenvolvidos medicamentos injetáveis chamados DMARDS, que são drogas antirreumáticas modificadoras da doença, baseadas na biologia molecular e que têm o poder de anular o processo inflamatório.

O médico irá indicar o tratamento mais adequado de acordo com cada paciente e, em alguns casos, quando há dor intensa, pode recomendar o repouso por um curto período de tempo. 

Fora das crises nas juntas, a recomendação geral é praticar atividade física, às vezes associada à fisioterapia, para reduzir a inflamação, melhora da mobilidade e controlar o comprometimento das articulações, o que ajuda a silenciar a dor. Em casos mais avançados da doença, podem ser indicadas cirurgias e colocação de próteses articulares.

Fatores de Risco e Prevenção

A origem e as causas da artrite reumatoide não são bem conhecidas, mas se sabe que existem alguns fatores de risco que contribuem para o desenvolvimento da doença, tais como:

  • Predisposição genética;
  • Ser do sexo feminino;
  • Alterações hormonais;
  • Tabagismo;
  • Excesso de peso;
  • Depressão.

Da mesma forma, quando se trata de artrite reumatoide, não é possível falar sobre prevenção primária. Existem formas de controlar os sintomas e evitar complicações, a começar pelo diagnóstico e tratamento precoces, além de uma rotina de exercícios físicos com a liberação médica e supervisão de um profissional.

Ademais, há evidências de que uma alimentação rica em proteínas de alta qualidade, além de fontes de vitamina C e E, ômega 3 e zinco também contribuem para a produção e manutenção do colágeno no corpo, o que é fundamental para o devido funcionamento das articulações. 

Portanto, carne, frango, peixe, ovos, frutas, oleaginosas e leguminosas devem fazer parte da rotina de alimentação.

Do mesmo modo, vale excluir do cardápio os alimentos que prejudicam a absorção de vitaminas e minerais, como os industrializados, conservantes, adoçantes sintéticos e corantes. 

Em alguns casos, ainda pode ser indicado por um profissional o uso de suplemento à base de colágeno hidrolisado, que pode ser apresentado na forma de pó, cápsulas ou balas gelatinosas.

No mais, é importante saber que a artrite reumatoide não se trata de uma doença contagiosa, e os fatores hereditários contam muito pouco para que um indivíduo desenvolva essa condição. Além disso, em caso de surgimento dos sintomas descritos, sempre procure por um especialista, ainda que acredite que os sinais estejam associados apenas ao envelhecimento. 

Lembre-se que quanto mais tarde buscar ajuda profissional, menores são as chances de ter um bom prognóstico, e a artrite reumatoide, quando não é devidamente tratada, pode incapacitar o indivíduo de se movimentar. E, por fim, nunca se automedique.

Cuidar da sua saúde e da sua família é um ato de amor.

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