Você já ouviu falar sobre o LES? Trata-se da sigla para o Lúpus Eritematoso Sistêmico, uma doença inflamatória crônica de origem autoimune. Ela pode surgir em diversos órgãos, de forma lenta e progressiva.
A princípio, existem 2 tipos principais para a condição: o cutâneo, que se manifesta com manchas na pele (geralmente avermelhadas), principalmente em áreas que ficam expostas à luz solar. Isso inclui nossas orelhas e rosto.
O segundo, denominado sistêmico, atinge nossos órgãos internos. Dessa forma, por ser uma doença do sistema imunológico e pode ter diferentes tipos de sintomas em vários locais do corpo.
Vamos entender melhor a condição?
Afinal, quem tem Lúpus?
Antes de mais nada, o lúpus pode ocorrer e qualquer idade, raça e sexo. Contudo, costuma atingir mais as mulheres. Assim, ocorre principalmente entre os 20 e 45 anos, sendo mais frequente em pessoas mestiças e nos afro-descendentes.
Aqui no Brasil, não dispomos de números exatos. Contudo, estimativas indicam que existam cerca de 65.000 pessoas com a condição e, na sua maioria, mulheres. Em outras palavras, acredita-se que uma a cada 1700 mulheres tenha a doença!
Quais são as causas do Lúpus?
Estudos recentes mostram que fatores genéticos e ambientais estão envolvidos no aparecimento da doença. Assim, entre as principais, podemos destacar:
- Muita exposição ao sol;
- Uso de certos medicamentos;
- Vírus e Bactérias;
- Hormônio estrógeno (que pode justificar o fato de atingir mais as mulheres).
Por fim, sua real causa é desconhecida. Portanto, o tipo de sintoma que a pessoa desenvolve, depende do seu tipo de anticorpo, e como ele se relaciona com as características genéticas da pessoa!
Quais são os sintomas do lúpus? E suas manifestações clínicas?
Os sintomas, na verdade, dependem basicamente do órgão afetado. Entre os mais frequentes, podemos incluir:
- Febre;
- Foto sensibilidade;
- Taquicardia;
- Dor de cabeça;
- Fadiga;
- Convulsões;
- Anemia;
- Problemas renais, cardíacos e pulmonares.
Além disso, podemos também citar algumas manifestações clínicas que costumam aparecer. Entre elas:
Lesões na pele
A princípio, ocorrem em cerca de 80% dos casos. Entre as lesões mais comuns estão manchas avermelhadas nas maçãs do rosto e dorso do nariz. Na pele podem ocorrer algumas inflamações de pequenos vasos, causando também manchas vermelhas.
Por fim, pode ocorrer queda de cabelos. Ele volta a crescer com o tratamento!
Inflamações
Em mais de 90% dos casos de LES, ocorre dor com ou sem inchaço nas juntas. Nesse sentido, ela envolve as juntas das mãos, punhos, joelhos e pés. E tendem a ser bastante dolorosas. Além disso, ocorrem períodos de melhora e piora.
Podem também surgir como tendinites.
Existe também o perigo da inflamação nos rins. No início pode não haver qualquer sintoma. Apenas alterações nos exames de sangue e urina. E vale salientar: quando não tratada rapidamente, o rim pode deixar de funcionar.
Assim, o indivíduo pode desenvolver uma insuficiência renal. Todo cuidado é pouco!
Alterações no sangue
Lembra no começo do nosso texto, que alertamos para o fato da LES ser uma doença auto imune? Nesse sentido, as alterações nas células do sangue são justamente o ataque dos anticorpos a essas células.
Dessa forma, se o ataque for contra os glóbulos vermelhos (hemácias), o resultado é a anemia. Analogamente, se o ataque for aos glóbulos brancos, há uma diminuição das células brancas.
Os sintomas decorrentes desses ataques variam. A anemia costuma causar palidez e cansaço. A perda de plaquetas poderá causar aumento do sangramento menstrual e hematomas. Por fim, a diminuição de glóbulos brancos não produz sintomas.
Como é feito o diagnóstico do Lúpus Eritematoso Sistêmico?
O diagnóstico envolve o reconhecimento do médico acerca dos sintomas que citamos acima. Da mesma forma, os exames de sangue e urina também ajudam. Na verdade, eles não definem a presença da doença. Mas são importantes para definir se há atividade do LES!
Nesse sentido, há também alguns testes laboratoriais que podem ser feitos como o de anti-DNA e anticorpos. Contudo, são pouco precisos. Ocorrem em apenas 40 a 50% das pessoas com LES.
Como eu posso tratar o Lúpus Eritematoso Sistêmico?
Primordialmente, existem sim, recursos terapêuticos que ajudam a controlar as crises e a evolução da doença. E a maioria está ligada à regulação do sistema imunológico. Além disso, todo tratamento deve ser individualizado.
Cada paciente apresenta sintomas e manifestações clínicas diferentes!
Assim, existem, por exemplo, os antimaláricos que são bastante importantes no tratamento. Basicamente, eles evitam que a doença entre em atividade. Os corticoides devem ser utilizados em períodos de maior atividade da doença.
Os avanços no entendimento dos mecanismos da doença, favorecem o estudo e desenvolvimento de novos medicamentos.
Por fim, existem algumas recomendações gerais, se você tem lúpus:
- Sua alimentação deve ser saudável e balanceada;
- Mantenha suas atividades físicas em dia;
- Não consuma álcool e drogas, principalmente em períodos de crise.
- Evite o uso de anticoncepcionais. O aumento de níveis de estrógeno podem desencadear surtos da doença.
Você ainda tem dúvidas sobre a LES? Entre em contato com a gente, e tire suas dúvidas!