A osteoporose é uma condição metabólica que ocasiona a redução progressiva da densidade óssea e, com isso, o aumento do risco de fraturas principalmente no quadril, costela e colo do fêmur.
Na maioria dos casos, a osteoporose está associada ao envelhecimento, uma vez que ganhamos massa óssea até os 20 anos e a perdemos mais rapidamente após os 40, sendo mais comum em mulheres com mais de 45 anos, especialmente por questões hormonais.
Nos homens, por conta da testosterona, a densidade óssea se mantém praticamente intacta até os 40 anos e, mesmo com o avanço da idade, essa perda acontece gradativamente, ao contrário do que acontece com as mulheres.
Existem ainda os casos de osteoporose secundária, quando essa condição surge por conta de outras doenças, como as reumatológicas, endócrinas ou hepáticas, ou devido ao uso de certos medicamentos.
Para compreender melhor como funciona esse desgaste, é importante saber que existe um processo natural e constante que acontece no corpo, o qual promove a renovação da massa óssea, inclusive para a reconstituição do osso em casos de fraturas. Para ter uma ideia, estima-se que a cada dez anos, em média, o esqueleto humano se renove por completo.
Com a idade, ocorre um aumento da absorção óssea de áreas envelhecidas, enquanto a formação de novas células ósseas cai. E, com esse desequilíbrio, os ossos passam a ficar mais porosos e frágeis, perdendo a sua resistência.
Num estágio inicial, em que há pouca perda óssea, essa condição é chamada de osteopenia. Já a osteoporose, num grau mais avançado, pode ocasionar fraturas espontâneas ou por pequenos impactos, por exemplo, ao espirrar ou ter uma crise de tosse.
Apesar de as principais ameaças para o desenvolvimento da osteoporose sejam a falta de cálcio e vitamina D, sedentarismo e predisposição genética, outros fatores podem favorecer o quadro, como o tabagismo, o abuso de álcool, menopausa, diabetes, alterações na tireoide, alguns tipos de câncer e uso excessivo de remédios à base de corticoides, heparina ou para o tratamento de epilepsia.
Diagnóstico
Num primeiro momento, a osteoporose não provoca sintomas claros de que está se desenvolvendo. Então, em consulta com o médico, são levantados dados importantes que possam contribuir para a avaliação, como idade, peso, altura, histórico familiar da doença, uso de medicamentos de rotina e hábitos de vida.
Normalmente, a conclusão do diagnóstico chega com o resultado da densitometria óssea, que é um exame não invasivo realizado por raios X, sendo fundamental para identificar a osteoporose.
Nessa avaliação, são vistos a coluna lombar e o fêmur, que são os locais com maior propensão a fraturas, e permite calcular a densidade do osso, para que se possa comparar com os valores de referência e até prever o risco de fraturas.
O resultado do exame pode entrar em três classificações de densidade decrescente: normal, osteopenia e osteoporose.
Tratamento
Vale ressaltar que o tratamento da osteoporose tem como objetivo evitar fraturas, reduzir a dor – quando existir – e manter a função do osso.
E ainda que uma dieta específica, rica em cálcio e vitamina D, e exercícios físicos devam fazer parte da rotina do paciente, é importante saber que, quando a osteoporose já está instalada, somente a adoção desses hábitos não é o suficiente, sendo necessário o reforço com medicamentos.
Existem diversas classes de remédios que podem ser prescritos pelo médico, de acordo com o quadro de cada paciente, como os hormônios, os bisfosfonatos, moduladores do receptor estrogênico, calcitonina, etc. Os medicamentos têm a ação de inibir a degeneração óssea e favorecer a sua reconstrução, assim, o esqueleto é capaz de se regenerar, evitando fraturas.
Prevenção
O ideal é que essas medidas de precaução sejam tomadas desde a infância e potencializadas principalmente na adolescência, uma vez que o esqueleto humano tem em média 90% de sua formação até os 20 anos de idade.
São indicações que devem ser mantidas para a vida toda de qualquer paciente, mas se recomenda que sejam sempre acompanhadas por um profissional. Basicamente, esses cuidados consistem em três medidas básicas:
- Ingestão de cálcio: imprescindível para a renovação óssea;
- Banho de sol: para a fixação da vitamina D no organismo;
- Praticar exercícios físicos: de preferência atividades que gerem certo impacto para estimular a formação da massa óssea, além de força e massa muscular, o que reflete na melhora do equilíbrio e ajuda a evitar quedas ao longo da vida.
Vale pesquisar os melhores alimentos que também possam suprir as quantidades diárias recomendadas de minerais e vitaminas. O cálcio, por exemplo, está presente em folhas verde-escuras, vegetais como o brócolis, no leite e em seus derivados.
No caso da vitamina D, como são poucos os alimentos com um teor significativo desse nutriente, a melhor fonte continua sendo o banho de sol, com 15 minutos diários e sem protetor.
Em alguns casos, por indicação de um profissional, pode ser recomendada uma suplementação para garantir uma formação óssea mais densa e, consequentemente, mais forte.