Quando ocorre a obstrução de carótidas
Atualmente, o AVC (acidente vascular cerebral, ou derrame) é a principal causa de morte no Brasil. Essa situação se repete também em outros países do mundo.
Em suma existem dois tipos de AVC: o mais frequente é o embólico, que costuma ocorrer de duas maneiras: na primeira, um fragmento de sangue coagulado do coração viaja pelos vasos até o cérebro. Já na segunda forma, uma placa de gordura se forma na artéria carótida e eventualmente se rompe. Dessa forma, ela lança fragmentos de sangue coagulado e colesterol na direção dos vasos cerebrais.
Em ambas as situações, há obstrução das artérias do cérebro, que sem receber sangue, sofrem a morte por parte de suas células.
Mas afinal, o que são as artérias carótidas? Quais as suas reais funções no organismo?
Artérias Carótidas
Em síntese, as artérias carótidas são os principais vasos sanguíneos que levam sangue e oxigênio para o cérebro. Elas ficam localizadas uma em cada lado do pescoço. Quando são obstruídas, podem causar um AVC. Doenças como hipertensão, teor elevado de colesterol, diabetes e tabagismo estão entre os fatores de risco que podem provocar o entupimento das artérias.
Doença das artérias carotídeas (obstrução)
Também conhecida como aterosclerose das artérias carótidas, ocorre quando placas de gordura se formam dentro das artérias carótidas, causando seu estreitamento e entupimento.
Sintomas relacionados
Ela é uma doença traiçoeira, que geralmente não apresenta sintomas: pode passar despercebida durante vários anos. E seu sintoma, pode ser, justamente, um AVC. Em sua forma mais comum, o AVC provoca a súbita perda dos movimentos de um lado do corpo (braço ou perna).
Além disso, ocorrem eventualmente perdas de fala, podendo ser até fatal. Esses sintomas podem se reverter total ou parcialmente com tempo, ou deixar sequelas graves para o indivíduo.
Até 3% dos indivíduos com mais de 65 anos têm doença carotídea. Ou seja, o risco do seu aparecimento é maior, conforme a pessoa vai envelhecendo. E pode ser agravado se antecedentes de tabagismo, pressão alta, colesterol alto, diabetes ou doença cardíaca. Cerca de 700.000 acidentes vasculares cerebrais ocorrem todos os anos, mais frequentes em homens!
Quando apresenta sintomas, eles podem acontecer pela diminuição do fluxo de sangue para o cérebro, ou por migração de pequenos coágulos a partir da carótida. Dessa forma, no primeiro caso, ocorrem tonturas e desmaios. Já no segundo caso, os sintomas mais comuns incluem alteração da visão, com perda total ou de uma parte da capacidade de enxergar. Além disso, a dificuldade de falar também pode aparecer.
A duração desses sintomas podem ter a duração de poucos minutos, ou já se instalarem de maneira definitiva.
Diagnóstico
O diagnóstico da doença começa na consulta clínica: o histórico clínico do paciente, análise dos seus fatores de risco, além de exames físicos.
O exame inicial mais usado é o ultrassom-Doppler. Constitui-se de um exame simples, sem o uso de radiação e não requer preparação nenhuma do paciente. Dessa forma, nesse exame, o médico pode ver o estreitamento das artérias e medir a velocidade com que o sangue passa em seu interior. Assim, quanto maior a velocidade, maior o grau de estreitamento.
Além disso, usa-se também a tomografia computadorizada ou o cateterismo para confirmar definitivamente a doença, e que também ajudam no planejamento de todo o tratamento.
Tratamento
Antecipadamente, o tratamento deverá começar pelo combate aos fatores que provocam o aparecimento e a progressão da doença. Entre eles, podemos citar o controle da pressão, diabetes, colesterol alto, além da cessação do tabagismo. Além disso, usa-se também medicações anti agregantes plaquetárias, que auxiliam no “afinamento do sangue”!
Cirurgia
Em suma, o tratamento dependerá do grau de comprometimento das artérias carótidas. Geralmente, pacientes que não apresentam sintomas, têm obstruções de até 90% e são tratados com medicamentos, sem a real necessidade de cirurgia. Se a pessoa não teve um AVC ou um mini-AVC, o benefício da cirurgia deve ser avaliado individualmente. O tratamento de medicamentos e mudanças no estilo de vida é eficaz e diminui o risco de se ter um derrame!
Já em casos em que a doença está menos avançada (com obstrução de 70%), mas com sintomas como isquemia cerebral, pode ser necessário um tratamento invasivo. Assim, este tratamento implica na revascularização com uso de cateter. O processo é conhecido como endarterectomia. Em síntese, a artéria é aberta, limpa e depois fechada.
A decisão por qual método de tratamento adotar é tomada com base nas características anatômicas dos pacientes, e os riscos de complicações que eles podem oferecer. Dentre essas características, podemos citar:
- Grau de estreitamento da artéria carótida;
- Idade do paciente;
- Outro problemas de saúde;
- Sexo feminino ou masculino.
Antes de mais nada, a cirurgia tem riscos. Ela pode causar complicações como o próprio AVC e infarto do coração. Pessoas com as doenças citadas anteriormente, como a diabete, têm mais chance de ter complicações.
A cirurgia é um procedimento de alta complexidade. Independente de onde seja executado, precisa ser realizado por pessoas competentes e preparadas.
Dessa forma, realiza-se o procedimento cirúrgico quando a obstrução é muito acentuada. Quando já houve a incidência de um derrame, a cirurgia pode reduzir bastante o risco de acontecer algo mais grave.
Como prevenir a doença da artéria carótida?
As regras gerais e clássicas para uma qualidade de vida também podemos citar aqui: Evitar a vida sedentária e a obesidade, exercícios físicos regulares, visita constante ao seu médico para “check ups” periódicos, controle da pressão arterial e não fumar!
Nesse sentido, quando o paciente já desenvolveu a doença, é preciso que se previna que ela apareça de novo. Assim, cada indivíduo carregará consigo as características do episódio; as modalidades/técnicas usadas para a prevenção, serão estabelecidas pelo médico que assiste e acompanha o paciente!
Quer saber mais sobre a obstrução das carótidas? Entre em contato com a gente!